'Não há risco de quebra da Previdência'

"Quando alguém diz que o dinheiro acabou, gera um alarme desnecessário na sociedade"

BRASÍLIA
O ministro interino da Previdência, Carlos Gabas, reagiu às declarações de especialistas que classificam a situação da Previdência como insustentável. Disse que não existe crescimento desordenado de despesas, mas admitiu que as regras precisam mudar, porque as pessoas estão vivendo mais e o regime tem distorções.

A situação da Previdência preocupa?

Não existe situação alarmante. Não há risco de quebra da Previdência. Quando alguém diz que o dinheiro acabou, gera um alarme desnecessário na sociedade. A previdência urbana tem registrado sucessivos superávits e a rural não foi organizada para ter superávit.

E os problemas com auxílio-doença?

Estamos revendo o modelo, que é um benefício temporário, mas tem a mesma lógica de cálculo da aposentadoria (média dos maiores salários de contribuição). É uma distorção, quem recebe o auxílio ganha mais do que se estivesse trabalhando. Mais injusto ainda é uma pessoa doente (em fase terminal) pagar uma única contribuição e o cônjuge ter direito a pensão no teto do INSS.

E quanto à reforma da Previdência?

Se nada for feito, teremos problemas lá na frente, porque as pessoas estão vivendo mais. A idade média de aposentadoria é de 55 anos. Se as pessoas estão vivendo 83 anos, quem vai pagar a conta? Neste governo, conseguimos aprovar o teto do servidor (com a criação do fundo de previdência complementar). Essa era uma discussão da década de 90. (Geralda Doca)

Fonte: O Globo - 27/07/2013