Nove resoluções para qualquer um ter um 2014 verdadeiramente próspero

Promessas de Ano Novo não funcionam - especialistas em comportamento já sabem disso

09/01/2014 – Valor Econômico

Por Linda Stern | Reuters, de Nova York

Promessas de Ano Novo não funcionam - especialistas em comportamento já sabem disso. Quem acordou em 1º de janeiro e disse com convicção algo vago do tipo "neste ano, vou colocar minhas finanças sob controle - de verdade!", há uma boa chance de seu orçamento acabar no mesmo lugar em que todas essas boas intenções normalmente terminam.

É por isso que, em vez disso, é melhor preparar uma lista de tarefas a fazer. Cada atividade em minha lista para 2014 é discreta e aplicável, sem demandar muito tempo. Vá riscando-as, uma a uma, e você vai melhorar drasticamente suas finanças.

Em 2014, você terá mais poder, graças a algumas mudanças no mercado favoráveis aos consumidores. O novo foco nas comissões cobradas e na transparência nas contas 401 (k), como são conhecidos nos Estados Unidos os planos previdenciários com participação do empregador, facilitará a monitoração pelos investidores. Os emissores de cartões de crédito incrementaram o marketing e a concorrência, então, há melhores alternativas nesse segmento. Novos aplicativos tornaram mais fácil lidar com seu dinheiro sem precisar manter controle das finanças fisicamente.

Sem mais delongas, aqui vai minha lista de tarefas a fazer para poupar e prosperar em 2014:

1) Adote um sistema de registro eletrônico. O fato de simplesmente observar as reações em seu patrimônio líquido com base em suas transações com cartões de crédito e, para os investidores mais sofisticados, nas variações do mercado acionário, por exemplo, vai te tornar um gestor financeiro muito melhor. Os serviços Quicken e seu primo on-line Mint, ambos da Intuit Inc., continuam dominantes da categoria, mas há muitos outros aplicativos, como o iBank, o mvelopes, o Spendee e o Budgt, que podem levar as finanças para seus eletrônicos favoritos. Há diferenças - alguns são melhores em acompanhar investimentos e em conectar-se a várias contas, portanto, compare antes de comprometer-se. Perca poucas horas em algum longo dia de chuva e você vai economizar tempo e dinheiro durante todo o ano.

2) Aprenda algo novo a cada semana. O que é relação preço sobre lucro? O que é um fundo negociado em bolsa (ETF, na sigla em inglês)? Seu cartão de crédito cobra alguma taxa cambial quando você o usa no exterior? Que tipo de seguro de vida os especialistas te recomendariam neste momento? Qual plano de poupança para o ensino superior tem o retorno mais generoso? Quanto mais você aprender sobre tópicos financeiros, melhor você vai conseguir administrar seu dinheiro. Se você tiver interesse em investir, considere formar um grupo de estudo com alguns amigos. Você pode escolher um tópico por semana e pesquisá-lo durante 15 a 30 minutos. Em um ano, você estará muito mais informado; em dez anos você poderá ter virado um mestre em investimentos.

3) Incremente seu plano de previdência com co-participação do empregador. Muitos funcionários de empresas contam com planos de previdência nos quais os empregadores também fazem aportes. Certifique-se de que você está destinando a essa conta tanto dinheiro quanto seu empregador. Entre com o máximo que você tiver condições de entrar, a menos que o plano de sua empresa apenas ofereça alternativas de investimentos com preços muito altos ou com desempenhos ruins.

4) Reequilibre seu plano de previdência. Nos EUA, a alta média anual dos custos de fundos mútuos de ações foi superior a 32% até pouco antes do fim de 2013, enquanto os fundos de bônus tiveram queda média de quase 2%, segundo a Morningstar. Isso significa que as alocações de seu fundo de aposentadoria podem ter ficado gravemente fora de sintonia. Em sua conta de aposentadoria tire algum dinheiro das ações e passe para os bônus, até que os percentuais de cada tipo de ativo em sua conta se encaixe com suas metas iniciais.

5) Pegue um cartão de crédito melhor. Se você estiver usando apenas o cartão que tem há anos, provavelmente não está aproveitando ao máximo suas recompensas. Empresas emissoras incrementaram seus programas de benefícios nos últimos anos ou, mesmo, meses. Veja sites como o lowcards.com ou o bankrate.com para encontrar um cartão com um programa de recompensas mais adequado a seu nível de gastos. Use um segundo cartão de um emissor diferente. Caso seu cartão seja clonado ou cancelado, você não vai ficar sem poder comprar itens ou serviços enquanto espera pela chegada do novo.

6) Deixe o cartão de débito de lado. Na semana passada, o JPMorgan Chase & Co. limitou o uso de cartões de débito da bandeira Chase para clientes que os usaram em lojas da Target Corp., onde hackers roubaram um grande volume de dados. Esse é apenas um dos motivos pelos quais os cartões de débito não são muito bons para os consumidores. Eles não oferecem as recompensas que os cartões de crédito. Eles tiram o dinheiro de sua conta de imediato, em vez de te dar certo período, como os de crédito. Se o número de seu cartão de débito for hackeado e usado, pode te levar a perder pagamentos importantes, como os da hipoteca ou de seu carro, até seu banco resolver a confusão. Usados com muita frequência, os cartões de débitos podem fazer seus extratos bancários mensais ficarem longos e complicados. Faça isso, a menos que não tenha a disciplina necessária para pagar mensalmente as despesas diárias com cartão de crédito.

7) Programe transferências automáticas mensais a algum investimento. Abra uma conta em algum fundo de baixo custo e invista uma quantia determinada a cada mês, a partir de sua conta corrente. Você nem vai perceber o dinheiro a menos e vai acumular uma reserva que poderá ser muito útil no futuro.

8) Compare valores cobrados por rivais em suas despesas recorrentes mais dispendiosas, como, por exemplo, seguros, lazer, tecnologia etc. Por exemplo, ao longo de janeiro, você pode ver se não há algum plano alternativo ao seguro de seu carro que seja mais barato ou com benefícios que podem lhe economizar despesas, como serviços para casa. Em fevereiro, analise a cobertura de seu seguro de saúde e gastos de co-participação para determinar a melhor alternativa. Em março, analise seus custos com TV e veja se não é o caso de cortar o cabo e aderir a algum serviço que permita reproduzir filmes e séries pela internet a um custo menor. Em abril, veja como e quanto você paga pelo serviço de energia [no Brasil, o argumento vale para serviços, como telefonia] e avalie se não há alguma empresa mais barata ou solução mais eficiente que te traga economia. Você pode continuar o ano inteiro, buscando melhores acordos em seu seguro de vida, hipoteca, plano de aposentadoria individual, serviço de telefone e assim por diante.

Você vai economizar muito. Item final (9): Pegue suas economias e coloque naquele fundo de reserva. Se você poupar e investir US$ 1 mil por ano, com um rendimento anual de 8% e transferir automaticamente US$ 200 por mês, vai ter acumulado US$ 38 mil em dez anos e US$ 122.700 em 20. Feliz Ano Novo! (Tradução de Sabino Ahumada)

Linda Stern é colunista da Reuters. Este artigo reflete as opiniões do autor, e não as do jornal Valor Econômico