Está sufocado pela crise? Aprenda a investir em sua educação financeira

http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/post/esta-sufocado-pela-crise-aprenda-investir-em-sua-educacao-financeira.html

04/02/2016

Por Samy Dana

Uma forte crise econômica é o remédio mais amargo para mudanças de hábitos de consumo. E se o senso comum prega que uma recessão só deixa estragos, é preciso ter uma visão mais crítica e entender que também é possível mudar hábitos de consumo de modo permanente. Ter uma postura mais consciente em relação ao dinheiro significa amadurecimento em educação financeira, não é uma atitude que deve ser adotada somente em tempos de crise.

Pesquisa nacional feita com mais de 2.800 pessoas pela agência de comunicação Nova/sb mostrou que 92% dos entrevistados mudaram o comportamento e se tornaram mais racionais em relação ao consumo, no período de um ano, considerando o intervalo de novembro de 2014 ao mesmo mês de 2015. Entre quatro perfis encontrados no levantamento, três encararam o dinheiro de uma forma mais prática e utilitária.

A maioria dos entrevistados (49%) foi classificada como Smart Buyer. São os que se sentem menos afetados pela crise, são metódicos com o planejamento para não abrirem mão do que conquistaram e usam a tecnologia como forma de garantir economia nas compras, através de sites e aplicativos de comparação de preços, por exemplo. Na sequência, aparecem aqueles classificados como "Pé no Chão" (26%), são muito engajados nos cortes de gastos mensais e bem ponderados para assegurarem suas prioridades e evitarem supérfluos. Um outro perfil identificado é chamado de "Sobrevivente" (17%), composto por pessoas que estão no limite do orçamento e que, portanto, encontram mais dificuldades para cortar gastos. Por fim, aparecem os "ostentadores" (8%). Felizmente, compõem um percentual menor dentre os entrevistados e são aquelas pessoas que não amadureceram com o momento de recessão. Estão sentindo os impactos da crise, mas querem manter o mesmo padrão de vida.

O período de um ano pode parecer pouco tempo para que mudanças bruscas no comportamento financeiro aconteçam, mas a necessidade é um bom motivador. É interessante perceber, por exemplo, o comportamento do perfil mais encontrado, de usar a tecnologia para pensar em compras de uma forma mais otimizada. Cortar supérfluos em período de crise é importante, mas isso não significa que seja preciso eliminar todos os desejos. A limitação do orçamento serve como empenho para que preços melhores sejam procurados com mais afinco.

Uma característica comum aos pertencentes do grupo classificado como "Pé no Chão" foi a abertura para experimentar novas marcas e produtos, ou seja, um passo para sair da zona de conforto e, de repente, descobrir uma nova experiência de consumo com preço mais em conta.

Os desafios de atravessar um período de crise não são fáceis, mas uma certeza é preciso ter em mente: se a crise é passageira, novos hábitos de consumo podem ser permanentes. Uma vez que a dificuldade lhe ensina a usar o dinheiro com mais responsabilidade, a lição é levada para a vida toda. Se o momento econômico desfavorável para o país está prejudicando seu bolso agora, o aprendizado será seu investimento para o futuro.