Salários de servidores: Rio ainda sem verba

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O primeiro dia do vice- governador Francisco Dornelles à frente do estado terminou sem definição de como serão pagos os salários dos servidores. Ainda sem dinheiro em caixa, o governo não confirma que haverá parcelamento dos pagamentos referentes a março. Hoje, o secretário de Fazenda, Julio Bueno, embarca para Brasília a fim de tentar conseguir no Ministério da Fazenda a liberação do empréstimo de R$ 1 bilhão para o Rioprevidência. Mesmo depois de autorizado pelo Banco do Brasil, pela Assembleia Legislativa do Rio e pelo Conselho Monetário Nacional, o repasse está sendo analisado há mais de uma semana pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Na semana passada, Bueno foi a São Paulo, onde procurou sete bancos privados para obter recursos, mas até agora nenhuma resposta positiva chegou à secretaria. O governo considera que, com o empréstimo, a chance de pagamento dentro do calendário normal ( até o décimo dia útil) cresce significativamente, pois diminuiria a parcela que o tesouro estadual precisaria transferir para o Rioprevidência. Na folha de fevereiro, a última com dados consolidados, o governo teve de depositar R$ 1,445 bilhão para 468.621 pessoas, sendo servidores 220.323 na ativa, 153.463 inativos e 94.835 pensionistas. NEGOCIAÇÃO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Dornelles ainda não é oficialmente o governador em exercício. Isso só acontecerá amanhã, com a publicação do ato no Diário Oficial. Ontem, ao longo do dia, ele se reuniu com Julio Bueno e com os secretários da Casa Civil, Leonardo Espíndola; de Governo, Affonso Monnerat; de Direitos Humanos, Paulo Melo; e de Segurança, José Mariano Beltrame. Recebeu ainda o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, para tratar de assuntos relativos à segurança nos Jogos Olímpicos.
De acordo com secretários, o vice- governador, de 81 anos, parecia bem disposto. Estava muito animado, como disse um deles ao GLOBO. O contato com o governador Pezão, por meio de mensagens e ligações, era permanente. Os dois já haviam se encontrado no domingo. Dornelles chegou ao Palácio Guanabara às 8h e saiu às 19h, segundo assessores.
Nos próximos dias, é esperado que ele compareça à Assembleia Legislativa do Rio, onde, conhecido como articulador, deve negociar a aprovação de medidas que favoreçam o contingenciamento de verbas. Não será tarefa simples. Até o empréstimo de R$ 1 bilhão do BNDES para a conclusão das obras da Linha 4 do metrô, que deve ser votado hoje, não tem unanimidade na base governista. Em ano eleitoral, deputados questionam a estratégia de endividamento adotada pelo estado. (CARINA BACELAR - O Globo)